domingo, 31 de julho de 2011

Comunidade Pomerana de Melgaço

Entrevista: Alderina Shneider Schrolder,
técnica de enfermagem e moradora da comunidade.
A associação da Comunidade Pomerana de Melgaço surgiu em 1989 por Angelino Zaager, com objetivo de trazer melhorias a comunidade responsável pela Pomer Fest. Melhorias como: máquinas, tratores, adubo, calcário, caminhão para fretes e melhorias sociais como posto de saúde em parceria com a prefeitura.
Ela relata que muito da cultura tem se perdido, devido principalmente as facilidades da vida moderna, como é o caso das casas que eram feitas de estuque, e que hoje não é mais usada, devido a facilidade de se comprar o tijolo e os blocos para a construção.
Ela ainda fala que a associação esta procurando uma casa para fazer um museu contando através de utensílios, fotos e roupas a história dos pomeranos.
São várias as festas que mantém a tradição pomerana, como é o caso do natal, onde eles costumam fazer muitos doces, biscoitos caseiros e pão. Na véspera se reúnem para agradecimentos, ascendem velas, e usam o presépio. Cada um faz oração e distribui os doces e biscoitos para toda a família.
A páscoa é outra festa que eles tentam manter as tradições, como a torta de palmito, onde usam o peixe do tanque do quintal. Mas que a tradição mesmo é o peixe. Outro costume é a confecção de ovos de galinha pintados a mão, que são colocados em ninhos, e falam para as crianças que foi o coelho que trouxe. E no domingo enfeitam a entrada das casas com pétalas de flores para significar a entrada de Jerusalém.
Nos casamentos pomeranos eles enfeitam a mesa, o caminhão dos copeiros que animam a dança dos noivos e servem os convidados na festa. O casamento começa na quinta com os familiares do noivo que ajudam no preparo da comida e na arrumação da festa. Quando terminam de fazer as comidas e arrumar o local da festa, preparam comida com os miúdos dos frangos, e comem nesse dia. Ainda na quinta-feira é levantada uma bandeira no local da festa com as iniciais dos noivos (branca) com fitilhos e peso de areia, que são feitos pelos copeiros, e soltam fogos, antes do sol nascer.
No dia da festa é feito o quebra louça, toca uma música para os noivos, e uma mulher escolhida previamente recita uma poesia em alemão para os noivos e presenteia os noivos com louças, que jogam no chão, quebrando-as e dançando em cima dos cacos.
A senhora Alderina não soube dizer com certeza qual o significado do quebrar a louça, parecendo se tratar de um rito de passagem para esse povo. Ela acredita tratar de uma simbologia, do que não se deve fazer com o casamento, ou seja, quebrar o que foi unido, no caso o casal. Depois da dança, os noivos devem varrer os cacos e guardar, para dar sorte no casamento, não dançando mais durante a festa.
Segundo a Senhora Alderina no casamento tradicional pomerano quem escolhia o noivo era o pai da noiva. Os pais da noiva eram responsáveis em fazer a festa. E eram convidados os familiares dos noivos e os vizinhos.
A senhora Alderina termina a nossa entrevista destacando que se não fosse a Associação da Comunidade Pomerana de Melgaço, parte da cultura já estaria no esquecimento e com o passar do tempo seria relatos e experiências do passado para as futuras gerações, mas graças a preocupação dos moradores mais antigos da comunidade, que procuram preservar os costumes e a forma de vida dos mais velhos essa rica cultura não tem se perdido.

Claudia Isadora Santos Nascimento
 Claudia Santos Silva Padilha
  Maria Carolina Nunes Siqueira
* Alunas do Curso de Pós Graduação em Políticas Públicas de Gênero e Raça – GPPGeR, pela UFES. A atividade faz parte da Avaliação Final do Módulo 01, Blogfolio. Foi realizada Visita à localidade de Melgaço, Domingos Martins, em 30/07/2011, para conhecer a cultura e coletar dados para o trabalho.

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