Foto: Julio Huber
Em vários municípios capixabas, onde é forte a presença de descendentes de pomeranos, muitas pessoas, principalmente crianças até 5 anos e idosos, não falam o português. Devido a isso, quando essas pessoas precisam ir ao médico, por exemplo, é necessária a presença de um interprete da língua pomerana.
Em Domingos Martins, a lavradora Ednar Izabel Reinholz Kumm, 53 anos, acompanha moradores do distrito de Melgaço em consultas na sede do município, na Grande Vitória e até em São Paulo. Ela conta que faz esse serviço por gostar de ajudar o próximo, pois não cobra nada por isso.
“Eles me pagam a passagem e o lanche. Alguns até me dão alguma gratificação quando os acompanho para locais mais longe, mas nunca cobro nada. Faço por amor”, disse Ednar.
Ela contou que devido a um problema de saúde de uma filha, há cerca de 20 anos ela conheceu o Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio-Faciais (HRAC), em Bauru (SP), especializado em tratar pessoas com lábios leporinos, uma deficiência na face.
A partir daí, devido ao hospital ser referência na América Latina no assunto, ela já acompanhou outros moradores de Melgaço até São Paulo. “Eu já cheguei a passar 15 dias em Bauru acompanhando pessoas que foram se tratar. Muitas vezes, quando é uma criança, a mãe também acompanha. Me sinto indicada por Deus para ajudar essas pessoas”, disse.
Na última sexta-feira, a lavradora acompanhou a aposentada Emília Kumm Schwanz, 79, em uma consulta com a neurologista Alba Valéria Lopes, na Sede de Domingos Martins. “Eu nunca estudei português e se não fosse Ednar eu não conseguiria chegar até aqui para consultar”, afirmou a aposentada.
A médica Alba Lopes disse que Ednar é uma ótima interprete e que é comum pessoas serem consultadas por meio de traduções. “Nessa região há muitas pessoas de descendência pomerana e é fundamental essa tradução. Tentamos captar o que o paciente está sentido para dar o diagnostico mais preciso possível”, contou a médica.
Em Santa Maria de Jetibá, município com maior número de pomeranos do Estado e um dos maiores do mundo, também há interpretes. Nos comércios da cidade e em órgãos públicos também é comum a presença de funcionários que falam português e pomerano.
Fonte: http://www.montanhascapixabas.com.br/index.php?x=materia&codItem=4053&codArea=1
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